domingo, 12 de outubro de 2008

A Teoria da Máquina Fotográfica

O realismo ingénuo ou teoria da câmara fotográfica explica o modo como vemos o mundo. Supõe que as percepções sensoriais são registos directos da realidade, isto é, acredita ingenuamente que o mundo que percebemos corresponde fielmente ao mundo que existe, ao mundo real.

No entanto, esta teoria é criticada por muitos filósofos para quem a mente não se limita a registar uma imagem exacta do mundo, antes cria a sua própria representação do mundo (o mundo percebido por nós).
Temos várias razões para acreditar que o mundo que percepcionamos através dos sentidos não corresponde fielmente à realidade (a física mostra-nos que o mundo é composto por partículas, por campos electromagnéticos e por espaços vazios, mas nós não o percepcionamos deste modo, e sim como um todo).

Neste sentido, há uma diferença qualitativa entre o mundo real, e o mundo percebido por nós, já que é uma interpretação do sujeito (individual e influenciada pelas nossas experiências passadas, pelas vivências, interesses, etc.). Por este motivo, fazemos a distinção entre dois processos distintos mas indissocáveis: a sensação e a percepção.

Sensação é:
- processo fisiológico de ligação do organismo com o meio
- espécie de apreensão isolada das qualidades dos objectos
- primeiro contacto com a realidade
- é a base da percepção; fornece-lhe os dados ou informações de que necessita
Percepção é:
- configuração e organização dos elementos fornecidos pela sensação = interpretação da informação sensorial
- a integração dos novos dados nas nossas experiências e vivências passadas
- uma construção individual
- uma visão da realidade
- atribui significados ao meio

A percepção é influenciada por:
-aprendizagens e conheicmentos anteriores
- experiências passadas
- motivações
- aptidões
- e até personalidade.

Importa sublinhar que sensação e percepção não são níveis de conhecimento separados; a sensação, enquanto primeiro momento de contacto com a realidade e de recolha de informação está já ligada à percepção, isto é, não temos sensações que não sejam logo percepções.
As ilusões ópticas, como as que se seguem mostram como o processo de interpretação das sensações, ou seja, a percepção, atribui um significado aos estímulos e à informação exterior "deturpando-a" e não nos deixando ver as coisas na sua essência.
A jovem e a velha:
as rectas horizontais têm o mesmo comprimento?

O que vê nesta imagem?


Resposta: taça e/ ou dois perfis

O triângulo está lá ou não?


Procure indicar a cor de cada palavra.



Difícil não é ? O cérebro "baralha" os estímulos.