terça-feira, 17 de março de 2009

Stress Agudo, Transtorno de

Características Diagnósticas

A característica essencial do Transtorno de Estresse Agudo é o desenvolvimento de uma ansiedade característica, sintomas dissociativos e outros, que ocorrem dentro de 1 mês após a exposição a um estressor traumático extremo (Critério A). Enquanto vivencia o evento traumático ou logo após, o indivíduo tem pelo menos três dos seguintes sintomas dissociativos: um sentimento subjetivo de anestesia, distanciamento ou ausência de resposta emocional; redução da consciência sobre aquilo que o cerca; desrealização; despersonalização ou amnésia dissociativa (Critério B). Após o trauma, o evento traumático é revivido persistentemente (Critério C), o indivíduo apresenta acentuada esquiva de estímulos que podem ativar recordações do trauma (Critério D) e tem sintomas acentuados de ansiedade ou excitabilidade aumentada (Critério E).


Os sintomas podem causar sofrimento clinicamente significativo, interferir significativamente no funcionamento normal, ou prejudicar a capacidade do indivíduo de realizar tarefas necessárias (Critério F). A perturbação dura pelo menos 2 dias e não persiste além de 4 semanas após o evento traumático (Critério G). Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos directos de uma substância (droga de abuso, medicamento) ou a uma condição médica geral, não são melhor explicados por um Transtorno Psicótico Breve nem representam uma mera exacerbação de um transtorno mental preexistente (Critério H).Em resposta ao evento traumático, o indivíduo desenvolve sintomas dissociativos.



Os indivíduos com Transtorno de Estresse Agudo apresentam uma redução de responsividade emocional, frequentemente considerando difícil ou impossível ter prazer em atividades anteriormente agradáveis, e com frequência se sentem culpados acerca de realizarem tarefas habituais em suas vidas. Eles podem experimentar dificuldades de concentração, sensação de estarem separados do corpo, perceber o mundo como irreal ou "como um sonho", ou ter maior dificuldade para recordar detalhes específicos do evento traumático (amnésia dissociativa). Além disso, pelo menos um sintoma de cada um dos agrupamentos sintomáticos necessários para o Transtorno de Estresse Pós-Traumático está presente.

Em primeiro lugar, o evento traumático é persistentemente revivido (por ex., recordações recorrentes, imagens, pensamentos, sonhos, ilusões, episódios de flashbacks, sensação de reviver o evento, ou sofrimento quando da exposição a lembretes do evento).

Em segundo lugar, esquiva de lembretes do trauma (por ex., locais, pessoas, atividades são evitados).

Finalmente, uma hiperexcitabilidade em resposta a estímulos que lembram o trauma está presente (por ex., dificuldade em conciliar o sono, irritabilidade, fraca concentração, hipervigilância, resposta de sobressalto exagerada e inquietação motora).

Características e Transtornos Associados

Sintomas de desesperança e impotência podem ser experienciados no Transtorno de Estresse Agudo e ser suficientemente severos e persistentes para satisfazerem os critérios para um Episódio Depressivo Maior, sendo que neste caso um diagnóstico adicional de Transtorno Depressivo Maior pode ser indicado. Se o trauma levou à morte ou ferimentos graves em outra pessoa, os sobreviventes podem sentir terem oferecido auxílio suficiente aos outros. Os indivíduos com este transtorno frequentemente percebem a si mesmos como tendo maior responsabilidade pelas conseqüências do trauma do que seria apropriado. A negligência das necessidades básicas de saúde e segurança após o trauma pode acarretar problemas. Os indivíduos com este transtorno estão em maior risco de desenvolverem um Transtorno de Estresse Pós-Traumático.

Comportamentos impulsivos e arriscados podem ocorrer após o trauma. Achados ao exame físico e condições médicas gerais associadasCondições médicas gerais podem ocorrer em conseqüência do trauma (por ex., traumatismo craniano, queimaduras).


RESUMINDO: Há transtorno de stress agudo quando:




A. Exposição a um evento traumático no qual ambos os seguintes quesitos estiveram presentes:

(1) a pessoa vivenciou, testemunhou ou foi confrontada com um ou mais eventos que envolveram morte ou sérios ferimentos, reais ou ameaçados, ou uma ameaça à integridade física, própria ou de outros;

(2) a resposta da pessoa envolveu intenso medo, impotência ou horror;





B. Enquanto vivenciava ou após vivenciar o evento aflitivo, o indivíduo tem três (ou mais) dos seguintes sintomas dissociativos:

(1) um sentimento subjetivo de anestesia, distanciamento ou ausência de resposta emocional;

(2) uma redução da consciência quanto às coisas que o rodeiam (por ex., "estar como num sonho");

(3) desrealização;

(4) despersonalização;

(5) amnésia dissociativa (isto é, incapacidade de recordar um aspecto importante do trauma).



C. O evento traumático é persistentemente revivido no mínimo de uma das seguintes maneiras: imagens, pensamentos, sonhos, ilusões e episódios de flashback recorrentes, uma sensação de reviver a experiência, ou sofrimento quando da exposição a lembretes do evento traumático.



D. Acentuada esquiva de estímulos que provocam recordações do trauma (por ex., pensamentos, sentimentos, conversas, atividades, locais e pessoas).


E. Sintomas acentuados de ansiedade ou maior excitabilidade (por ex., dificuldade para dormir, irritabilidade, fraca concentração, hipervigilância, resposta de sobressalto exagerada, inquietação motora).


F. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo e prejudica sua capacidade de realizar alguma tarefa necessária, tal como obter o auxílio necessário ou mobilizar recursos pessoais, contando aos membros da família acerca da experiência traumática.



G. A perturbação tem duração mínima de 2 dias e máxima de 4 semanas, e ocorre dentro de 4 semanas após o evento traumático.



H. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral, não é melhor explicada por um Transtorno Psicótico Breve.



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